terça-feira, 8 de novembro de 2011

Monarquias

MONARQUIA INGLESA

Para entender a monarquia inglesa é preciso relembrar alguns fatos na história inglesa.

No século V, as ilhas Britânicas eram ocupadas por vários povos germânicos, entre eles haviam os Anglos e os Saxões.  De início eles estabeleceram sete reinos nesta ilha. Depois nos séculos VI e VII, os sete reinos foram reduzidos para três e no século IX estes reinos já haviam sido reduzidos para um único reino , o Anglo-Saxônico. Foi nesta época que se implantou o feudalismo na Inglaterra.

Em 1066, Guilherme I, O conquistador, Duque da Normandia, derrotou o último rei anglo-saxônico e deu início a dinastia normanda. Pelo fato da coroa britânica ter sido tomada por meio da guerra e por um rei forasteiro, favoreceu a centralização do poder, já que este rei não tinha compromissos com os nobres ingleses.

Para garantir o controle do reino e sobre os nobres, Guilherme dividiu a Inglaterra em condados ou shires e colocou supervisores, os sheriffs, funcionários do rei.

Guilherme governou de 1066 até 1087, teve sua estrutura do fortalecimento monárquico com duas bases de apoio: o caráter militar de seu governo, que ele havia conquistado em guerra; e a aliança com os plebeus livres.

Em 1154, Henrique II, deu início a dinastia dos Plantagenetas, ou angevina. O reino foi marcado pela ampliação dos poderes reais, sendo imposto a todos os senhores feudais. Criou-se Leis Comuns a todo território inglês, que eram aplicadas e controladas por juízes que percorriam todos os territórios.

Depois de Henrique II, veio seu filho, Ricardo, Coração de Leão( 1189 – 1199). Este por permanecer envolvido em  várias batalhas, inclusive a terceira cruzada, ficou afastado do trono por vários anos. Esse afastamento abriu caminho para as insatisfações populares e aumento dos impostos, que acabaram por debilitar o poder real e fortalecer os senhores feudais.

Foi por esta época que parece o lendário Hobin Hood, que segundo a lenda, por causa da ausência de Ricardo no reino, seu irmão João Sem –terra, passou a tomar conta do reino.

Na história real, João Sem- terra(1199-1216), continuou com o aumento de impostos, que serviam para cobrir os gastos com a guerra contra a França. Para obter mais bens, João começou a confiscar terras da igreja. Em 1214, foi derrotado na luta contra  a França. Em 1215, os nobres insatisfeitos com o abuso nos impostos e as derrotas para a França, impuseram à João Sem-terra, a Carta magna, documento que limitava o poder real e que permitia o aumento de impostos ou alteração de qualquer lei, somente com o consentimento do Grande Conselho, composto por conde, barões e pelo clero.

Esta carta serviu de base das liberdades inglesas e imposição dos nobres sobre o poder real.

Em 1265, foi criada as Provisões ou Estatutos de Oxford. Porque Henrique III sucessor de João Sem-terra, violou a Carta Magna. Neste estatuto houve uma mudança nos membros do Grande Conselho , passou a ter representantes da burguesia. Esse Grande Conselho serviu de base para o Parlamento inglês.

No século XIII, as mudanças foram maiores. A atividade comercial cresceu muito e refletiu nas cidades.

Os nobres começaram a se interessar pela produção de lã. Isto os levou a aumentar as áreas de pastagem de ovelhas. Embora isso levassem a invadir o manso comunal, território utilizado pelos camponeses para suas atividades agrícolas e pastoris. É claro que essa apropriação indevida, trouxe problemas para os camponeses, que se viram sem seu local de trabalho. Para os camponeses não retornarem as suas terras , os nobres passaram a fazer o cercamento destas terras. O resultado foi: os camponeses sem trabalho e mais pobres foram obrigados a irem para as cidades.

No século XIV, apareceram as conseqüências das guerras, principalmente a dos cem Anos. Os exageros nos gastos foi o suficiente para fazer explodir revoltas sociais que ajudaram a enfraquecer o poder dos nobres.

Como se não bastasse a guerra dos cem anos, a Inglaterra estava perto de outra, mas esta foi interna, a guerra das Duas Rosas. Esta foi a disputa do poder inglês entre facções da nobreza. A família Lancaster, que representava todos os que ainda estavam ligados as tradições feudais;a família York, representava os nobres “aburquesados”, ou seja , ligados aos interesses mercantis. Esta guerra durou 30 anos e muitos nobres perderam a vida. Em 1485, esta guerra chega ao seu fim quando Henrique Tudor, da família Lancaster , mas casado com uma York, torna-se rei, Henrique VII.

As conseqüências foram: enfraquecimento da aristocracia feudal  e dos nobres.

MONARQUIA FRANCESA

A França foi o maior exemplo na formação das monarquias nacionais.

Depois do declínio dos reis Carolíngios, Hugo Capeto, Conde de Paris, deu início a uma nova dinastia, a Capetíngia, que durou de (987-1328), na França.

Foi nesta dinastia que começou o processo de instalação progressiva do poder real forte e nacional. Os reis mais destacados foram : Filipe Augusto, Luis IX e Filipe IV.
Os monarcas eram símbolo da defesa da paz, dos camponeses e dos burgueses, além de serem os apoiadores das virtudes cristãs. Isto mostra que os reis franceses tinham como marca a sustentação na fé católica e isso mais a frente serviu de base para a tese do “ direito Divino dos reis”.

O rei estava mais interessado em derrubar a organização política feudal e impor a centralização do poder e exigir o respeito aos seus direitos de suserano maior. Os reis de destaque:

Filipe Augusto, ou Filipe II( 1180-1223)

Este organizou um exército nacional e expandiu as fronteiras do reino, com a ajuda financeira da burguesia. Uma das regiões de seu interesse foi o norte da França, dominado pelos ingleses. Lutou contra o rei João Sem-terra e conquistou a Normandia.
Outra contribuição de Filipe II foi a criação de novas fontes de renda: a venda de cartas de franquia a diversos burgos ou a exigência de um pagamento em moeda pela dispensa das obrigações feudais de seus suseranos. Criou impostos a nível nacional e fiscais para cuidar do recolhimento dos tributos.

Tudo isso foi para abrir caminho para o controle político de várias áreas controladas somente pelos nobres locais.

Luis IX (1226-1270)

Sua marca foi o combate ao particularismo feudal e o esforço para a consolidação da monarquia francesa. Fez reformas judiciárias e financeiras, instituiu uma moeda nacional. Participou na 7ª e 8ª cruzada, mas sem bons resultados. Morreu na 8ª cruzada.

Por ter sido muito religioso, teve a reputação de santo e foi canonizado anos após sua morte, como São Luis.

Filipe IV, o belo( 1285-1314)

Esse em muito seguiu os passos de seus antecessores. Mas teve uma característica singular: conflitos com a igreja, que colocava restrições à sua autoridade real.

Em crise econômica, Filipe começou a exigir que o clero também pagasse imposto. Isso diminuiria a renda da igreja, então o Papa Bonifácio VIII ameaçou excomungá-lo.

Com essa ameaça o rei buscou  apoio da sociedade, criando a Assembléia dos Estados Gerais, constituída pelo clero, nobreza e comerciantes das cidades. Logo o resultado foi a cobrança de imposto também da igreja.

Após a morte do Papa, em 1303, os conflitos entre rei e igreja aumentaram. Com o apoio da sociedade Filipe conseguiu transferir a sede do Papado de Roma para Avignon, sul da França e escolher o novo Papa, Clemente V.

Essa transferência do papado não foi boa. Muitos clérigos não aceitaram e então elegeram outro Papa para Roma. Com dois Papas a crise eclesiástica aumentou causou uma divisão da igreja,que ficou conhecida por  Cisma do Ocidente. Somente anos a frente, em 1417, que este Cisma terminou. Onde houve a unificação , com um só Papa, Martim V com uma única sede do Papado, Roma.

Durante o século XIV, a monarquia francesa sofreu vários golpes. O maior e mais prolongado foi com a Inglaterra, na Guerra dos Cem anos.

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